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" Picasso não foi um meteoro genial vindo de nenhum lugar. Foi um homem do século XX que se sabia, como todo pintor, o herdeiro de uma tradição, de uma história e de seus heróis. Ele teve seus mestres; alguns o influenciaram quando ele era um jovem artista - El Greco, Toulouse-Lautrec, Cézanne, Ingres ou Gauguin. Mas Picasso sabia da responsabilidade que cabe a todo artista de recomeçar de outro modo e de fazer assim evoluir certa tradição, de criar uma cultura e de preparar o futuro. Também com outros mestres, na última etapa de sua vida, ele empreendeu longas conversações - Manet, Velazquez ou Delacroix.
Citar todos os pintores que Picasso amava seria cansativo: toda a história da arte, das pinturas rupestres aos quadros de seus contemporâneos Matisse e Braque, nutriram sua obra.(...) Picasso colheu aqui e ali, em toda parte; uma sombra em um, uma astúcia de composição em outro, e também a posição de uma mulher em uma fotografia, uma forma em um jornal, um aspecto inédito em uma publicidade. Neste sentido, ele foi um artrista impuro, um bricolor, o primeiro não romântico, talvez o primeiro verdadeiramente moderno, diria mesmo o primeiro contemporâneo - certamente aquele que, revolucionando a arte de seu tempo, a explorou mais e abriu novos caminhos." ( Olivier Cena)
Este texto acima abre o catálogo da exposição que aconteceu no Grand Palais , Paris, de outubro de 2008 a Fevereiro de 2009 . Os curadores reuniram quadros destes e de outros artistas a quem Picasso admirava, de quem ele sofreu influências ou de quem ele se apropriou de obras para fazer releituras livres e espetaculares.
Abaixo, o link da montagem da exposição: um filminho super bem elaborado, que mostra todo o cuidado que uma exposição como essa exige além de mostrar alguns desses quadros escolhidos.
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