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sábado, 10 de outubro de 2009
Os nossos Vazios de Todo Dia
sábado, 26 de setembro de 2009
A Vida Privada da Obra de Arte
"A Ressurreição" , afresco de Piero della Francesca e "A Santa Ceia", de Leonardo da Vinci, por exemplo, escaparam por um triz dos bombardeios da Segunda Guerra Mundial.
A belíssima modelo da "Vênus", de Velazquez, teria sido uma amante italiana do pintor, quando este viveu por 3 anos na Itália.
Baseada em uma longa série da BBC de Londres, eu organizei um curso em 10 aulas onde conheceremos cada detalhe das obras escolhidas: a que se destinavam, o procedimento técnico utilizado na sua confecção, as polêmicas causadas, as ameaças do tempo e das guerras, os fatos e pessoas responsáveis por sua sobrevivência.
São elas:
07/10: ‘A RESSURREIÇÃO’ Piero della Francesca
14/10: ‘A SANTA CEIA’ Leonardo da Vinci
21/10: ‘PRIMAVERA’ de Botticelli
28/10: ‘VÊNUS’ Velazquez
04/11: ‘A RONDA NOTURNA’ Rembrandt
11/11: ‘3 DE MAIO DE 1808’ Goya
18/11: ‘LIBERDADE GUIANDO O POVO’ Delacroix
25/11: ‘O BEIJO’ Rodin
09/12: ‘DOMINGO NO GRAND JATTE’ Seurat
15/12: ‘O GRITO’ Munch
terça-feira, 1 de setembro de 2009
Circuito das Artes do Jardim Botânico
Já existe há 13 anos. É quando os ateliês do bairro, que são muitos, abrem suas portas, todos de uma vez, para que as pessoas possam visitá-los e conhecer o resultado do trabalho de tantos atistas e artesãos. O primeiro bairro a tomar essa iniciativa foi Santa Teresa, outro lugar com vários ateliês.
O tempo foi esplêndido e o prazer de ver esses variados trabalhos de arte foi aumentado pelo sol cálido de quase primavera e a brisa que trazia os aromas diversos do Jardim Botânico e da Mata Atlântica.
sábado, 8 de agosto de 2009
Jackson Pollock e o Xamanismo
Pollock foi buscar no xamanismo dos índios norteamericanos um fio condutor para sua busca pessoal através da arte, que surgia agora mais como um prolongamento exterior da interioridade do artista. Num primeiro momento, seus quadros semifigurativos ainda procuram ilustrar vivências rituais xamânicas: o sacrifício, a fusão homem animal ( a fusão de um xamã em um animal totêmico é uma das suas condições para sua viagem no invisível), o nascimento, o êxtase, a morte , o renascimento, produzindo uma arte de essência espiritual, fruto de um pensamento penetrado por simbolismos, plena de sacralidade e sensualidade.
Nos últimos dez anos de sua vida, Pollock dedica-se ao que se convencionou chamar de "dripping" , onde ele parte do zero, do pingo de tinta que deixa cair na tela, deixando certa margem para o acaso que atua como um sentido de liberdade em relação às leis da lógica. Nesta fase de sua obra, não "ilustra" mais através das imagens a "viagem" xamânica; agora , por intermédio da pintura de ação, é a própria vivência ritualística que está ali representada. Sua pintura é resultante de uma gestualidade corporal que o mantém numa condição de excitação constante, quase um lúcido delírio: o êxtase xamânico. É a única pintura que não toca a tela e na qual o artista funciona como um intermediário entre sua própria natureza e a obra, produzindo marcas com o auxílio do acaso e do rítmo de seus gestos.
De Outubro do ano passado a fevereiro deste ano, Pinacothèque de Paris expôs "POLLOCK ET LE CHAMANNISME", reunindo obras deste período e alguns objetos rituais.
terça-feira, 14 de julho de 2009
"A thing of beauty is a joy forever"
em 1927.
segunda-feira, 6 de julho de 2009
A Poesia de Sophia
Por isso , com teus gestos me vestiste
E aprendi a viver em pleno vento."
sábado, 27 de junho de 2009
A VAnguarda Russa em Exposição no CCBB, RJ.
sexta-feira, 15 de maio de 2009
Festa do Divino, em Paraty
Era um dia de semana qualquer.
Casas fechadas.
De repente, ao dobrar no Largo do Rosário, um bouganville ciclâmen vibrou contra o céu azul e ouvi os pássaros cantarem só pra mim. Muitas e muitas vezes depois eu voltaria a Paraty mas essa primeira impressão é forte até hoje; foi quando eu me apaixonei pelo lugar.
Numa dessas vezes, estava acontecendo uma festa local que eu desconhecia: a Festa do Divino. Sentada na praça, em frente à Matriz, ouvi o relato minucioso de um dos moradores da cidade sobre aquela festa, que, na época, era bem mais modesta do que a que se faz hoje. Passei a voltar praticamente todos os anos, completamente fascinada pela beleza e significado daqueles rituais tão antigos, conservados no seu frescor espontaneamente pelos habitantes que os praticam e ensinam há gerações. Resolvi fazer um pouco parte daquilo, trazendo alunos a cada ano para que, conhecendo o evento, pudessem, de alguma forma, contribuir para a preservação do mesmo. A Festa do Divino realiza-se no dia de Pentecostes(3), cinquenta dias após a Páscoa. Portanto, possui data móvel, que varia entre fins de maio e início de junho. Este evento é mais citado no Novo Testamento do que no Antigo, uma vez que tem importância capital para a fé e liturgia cristãs: é em Pentecostes que ocorre a descida da Terceira Pessoa da Trindade, o Espírito Santo, sobre os Apóstolos de Jesus, reunidos após Sua morte mas ainda despreparados para a missão evangelizadora que lhes caberia. É o Espírito que os inspira e os prepara, descendo sobre suas cabeças na forma de uma língua de fogo, a centelha do entendimento, o insight divino. É nesse momento que nasce a primeira Igreja de Cristo; do discurso de Pedro e do “dom das línguas”, adquirido imediatamente após a descida do Santo Espírito e que significa a capacidade de dirigir-se a todas as nações e ser compreendido por elas.
Esta festa cristã, no entanto, tem uma origem judaica: é o SHAVUOT, a festa das primícias da colheita do trigo. Uma festa agrícola à qual, depois, foi dado também um motivo histórico: é quando se comemora a outorga da lei a Moisés.
Seu significado simbólico cresce em beleza se associarmos o SHAVUOT à PENTECOSTES. Com o trigo faz-se o pão, alimento do corpo. Com as tábuas de Moisés faz-se a lei, alimento moral. Com o Espírito Santo faz-se o discernimento, alimento da alma. Belas e fartas colheitas, portanto!
Ao Brasil, a festa chegou com os primeiros colonizadores portugueses ainda no século XVI, e hoje se faz presente na maioria dos estados brasileiros, mantendo, em linhas gerais, os rituais medievais com os quais ela aportou por aqui. Acredita-se que a Rainha Isabel de Aragão, de Portugal (1271 – 1336), casada com o Rei D.Diniz foi a responsável pela difusão das comemorações em honra ao Espírito Santo e foi também quem lançou as bases da Congregação do Espírito Santo, um movimento de solidariedade cristã que foi, aos poucos, absorvendo as tradicionais festas pagãs. Ao que parece, as festas iniciaram-se com a construção da Igreja do Espírito Santo na cidade de Alenquer. O ponto alto dos festejos acontecia dentro do mais puro espírito cristão de igualdade e fraternidade, que unia os ricos e os pobres, sem distinção; era quando, por iniciativa da rainha, o bispo coroava um rapazinho da comunidade humilde, que se transformava em imperador por um dia, e assistia à missa solene, coroado e sentado em trono ao lado do altar, ocupando o lugar do rei. Nesta ocasião distribuía-se uma refeição à base de carne e batata, o “bôdo”, a toda a população do lugar. A comemoração espalhou-se pelo reino de forma semelhante ao cerimonial iniciado pela rainha, e, com a devida autorização, foram criadas coroas semelhantes a do rei, com os símbolos da Santíssima Trindade, para que os procedimentos em tudo seguissem os originais. Lá como aqui, mantiveram-se os elementos essenciais da festa: a coroação de um rapaz humilde durante a missa da véspera, o trono ao lado do altar e a farta distribuição de comida ao povo.
O Imperador, figura mais emblemática do acontecimento, deverá ser escolhido com alguns meses de antecedência e o ideal é que tenha entre 13 e 18 anos e que seja um pouco mais alto que seus Vassalos. Suas roupas serão confeccionadas seguindo rigidamente um modelo pré-estabelecido e idêntico às fardas da Milícia da Vila de Paraty no séc. XVIII.
sexta-feira, 8 de maio de 2009
Picasso e seus Mestres
terça-feira, 5 de maio de 2009
segunda-feira, 4 de maio de 2009
Os Dois Irmãos
Este me ensinou as canções das sereias, zunindo sobre o mar encapelado, revirando cabeleiras, toalhas e guarda-sóis. Aprendi as canções todas. E saberei soltá-las quando a hora chegar.
Das areias, ouvi todas as histórias de todos os seres que por ali deixaram suas pegadas desde Os Primeiros dos Dias (porque nenhum foi O primeiro...) para um dia contá-las, quando eu for novamente areia.
O R E S T O É M A R ..................
sábado, 2 de maio de 2009
Eu sinto muito
O bosque imerso nela)
Ando rápido como se pudesse escorrer a raiva pelos pés, como se pudesse afundar essa metódica raiva na lama rasa que se formou depois da chuva. Os turistas passam devagar aprisionando a paisagem nas câmeras digitais. Aprisionam a mesma paisagem que eu espero que me liberte, que me traga a redenção pra esse sentir desmedido que me enfeitiça e aprisiona na consciência de um tempo circular, initerruptamente a fazer e desfazer. Esse sentir sem alívio, sem perdão, sem trégua.
Duvido de tudo, agora.
Pensei que escolhi.
Pensei que fiz.
Pensei que desfiz.
Nada disso.
Sento à beira do lago para escrever e tentar colocar uma ordem no tempo e na raiva que não consegui escorrer de mim.
É o sol, que neste exato brilhar entre as folhas ainda molhadas, me exibe e me expõe na mesma condição de fragilidade.
sexta-feira, 1 de maio de 2009
The Garden of Love
Foi no Metropolitan de Nova York. Eu estava sozinha, feliz da vida que os amigos tinham resolvido fazer compras em China Town e eu podia, enfim, ficar horas no museu, sem ter que explicar nada pra ninguém, somente escrevendo no meu diário. Reproduzo aqui uma das páginas:“Quando me virei, estava lá: uma tela do Kandinsky, das primeiras abstratas, “The Garden of Love”. Na mesma sala , já tinha apreciado o lindíssimo “Dois Irmãos” do Picasso, em tons de um rosado velho , um “Nú” fantasticamente sanguíneo do Modigliani e um Matisse celestial. Mas , diante do Kandinsky, tudo mudou: fui passando, lentamente, de uma percepção exterior para um entendimento interior profundo, um giro quase imperceptível de consciência, mudando meu centro de gravidade em direção ao espiritual, à compreensão da Beleza em sua essência, o silêncio primordial no meio do ciclone, onde reina a mais absoluta das pazes. 'The GArden of Love - Improvisation n. 27' era o próprio 'O Amor que move o Sol e as outras Estrelas', de que fala Dante na 'Divina Comédia' , equalizando ritmos . É nesse universo que eu me reconheço habitante. Este quadro me mostra meus rastros , minha trilha, e me ilumina onde quer que eu esteja com um brilho de mil sóis, faz boiar na minha boca um sorriso arcaico, arrasta caravanas tilintantes e rubras pelas dobras das rugas da minha testa, e acelera em slow motion as patas do tigre ancestral adormecido atrás do meu coração. "
Filmes que estou me lembrando agora
- "Melancolia"( Lars von Trier)
- "O Jardineiro Fiel" ( Fernando Meireles), "Apocalypsis Now" ( Coppola), "Amarcord" (Fellini)," Cidade de Deus" ( Fernando Meireles), "Lavoura Arcaica" (Luis Fernando Carvalho),"A Noite dos Desesperados" ( Sidney Pollack),"Excalibur"( John Borman), "Jules et Jim" ( François Truffaut), "Roma" ( Fellini),"Blow Up"(Antonioni),"Salam Cinema!"(Makhmalbaf),"Babel" (Alejandro Iñarritu),"Diários de Motocicleta" ( Walter Moreira Sales)
- "Volver"(Almodóvar), "Hable con Ella" (Almodovar), "Carne Trêmula"(Almodóvar), "Ata-me' (Almodóvar), "Todo Sobre mi Madre"(Almodóvar), "Barcelona" ( Woody Allen), "Match Point" (Woody Allen), "Manhattan" (Woody Allen)
- Les Misérables 2019 (Ladj Ly) , Bacurau (Kleber Mendonça Filho) , Parasita (Bong Joon-ho), Coringa (Todd Phillips)
- Onegin (Martha Fiennes)
Livros que estou me lembrando agora
- " A Prosa do Observatório" ( Julio Cortazar), "Passeio ao Farol" ( Virginia Woolf), "Budapest" ( Chico Buarque),"Hamlet" ( Shakespeare),"O Segredo da Flor do Ouro"(Jung),"A Arte Cavalheiresca do Arqueiro Zen"(Eugen Herrigel), "I Ching o livro das mutações"(tradução de Richard Wilhelm),"Bhagavad Ghita"(tradução de Ramananda Prashad),"As Mil e Uma Noites'( tradução de Mamede Moustapha Jarouche),"História da Arte Italiana 1,2,3"(Giulio Carlo Argan),"Carnaval no Fogo" (Ruy Castro),"De Todos os Fogos o Fogo" (Julio Cortazar), "El Libro de los Seres Imaginarios"( Jorge Luis Borges),"Cartas a Theo' ( Vincent Van Gogh), "Noa Noa "(Paul Gauguin),"O Paraiso na Outra Esquina" ( Mario Vargas Llosa), " A Invenção da Liberdade"( Satarobinsky)
- "Evangelho Segundo Jesus Cristo"( Saramago), "Ensaio sobre a Cegueira"(Saramago), O "Leite Derramado" (Chico Buarque), "As Núpcias de Cadmo e Harmonia" (Roberto Calasso)," Mulheres, Militância e Memória"( Elizabeth X. Ferreira), "Logações Perigosas" ( Chauderlos de La Clos),"Drácula"( Bram Stocker),"Do Espiritual na Arte" ( Wassily Kandisnky)