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Nos últimos anos, muita pesquisa, estudos, exposições e palestras sobre a biografia artística de Michelangelo Merisi, dito o Caravaggio, confirmam o crescente interesse universal em torno dos momentos artísticos do pintor e seu papel fundamental dentro da história arte dos últimos quatrocentos anos. E este cenário é o clima em que a idéia de uma nova e ambiciosa exposição- mesmo na sua simplicidade - nasceu na SCUDERIE del QUIRINALLE, Roma, de 20 de fevereiro a 13 de junho. Uma exibição de imagens lineares e emocionante, imaginada segundo um critério absolutamente rigoroso, apresentada ao público de uma forma concisa, não antológica, centrada apenas nas obras "capitais", ou seja, apenas sobre as obras de Caravaggio historicamente reconhecidas. A opção de privilegiar a autografia segura excluiu , portato, a produção atribuída à sua oficina, assim como também foram colocados à margem, deixados momentaneaamente em suspenso,as "versões posteriores" e todas as questões em que o crítica do século XX, por diversas vezes enfrentou, e continua a fazê-lo, com opiniões nem sempre concordantes. O resultado final é uma forma coerente e rigorosa, que lança nova luz sobre as diferentes etapas do processo evolutivo da linguagem desenvolvida por Caravaggio: um percurso emocionante e cristalino, que purifica e exalta o carácter excepcional e único de sua obra. Em exibição entre as obras mais representativas do Lombardo, como a Cesta de Frutas (Fiscella) da Biblioteca Ambrosiana de Milão, O Baco da Galeria Uffizi, em Florença, David com a Cabeça de Golias, da Galleria Borghese, em Roma, Os Músicos do Metropolitan Museum de Nova Iorque, Alaúde do Museu Hermitage em São Petersburgo , o Amor Vencedor do Museu Staatliche, em Berlim e outras obras-primas dos museus mais importantes da Itália e do mundo, formam uma espécie de homenagem à singularidade própria da obra de Caravaggio, no ano dedicado a comemorar os quatrocentos anos após a morte do mestre.
A exposição na Scuderie del Quirinale surge, portanto, como um novo e apaixonado momento de reflexão, uma oportunidade única de penetrar a essência do artista "terrivelmente natural", em seu critério revolucionário e deslumbrante do naturalismo, a sua obstinada, embora dialética, deferência para com o real, irredutível a esquemas e à escolas, solitário na sua grandeza e poesia. O projeto, concebido para comemorar o quarto centenário da morte do grande artista é patrocinado pela Presidência da República, e nasce sob os auspícios e sob o comando da Superintendência para o Patrimônio Histórico, Artístico e Etno-antropológicos e pelo Polo Museológico da cidade de Roma.
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