

Enquanto Tarsila propõe a deglutição antropofágica simbólica das culturas européias, Adriana Varejão a realiza por inteiro e consegue ser quase literal, com suas imagens perturbadoramente atraentes e sugestivas.
Tarsila cria o seu "Ser que Come" ( Abaporu, segundo o dicionário Tupi).
Adriana É o ser que come e nos convida, entre irônica e perversa, a comer também.
Duas digestões difíceis: a fase antropofágica de Tarsila e a obra de Ardriana. Indiscutivelmente necessárias, porém


"A Negra" oferece entediada o seu seio farto, seu leite, os afago, o
colo. "A Figura de Convite II" oferece, faceira, todo um cardápio variado de pés, mãos,torsos,cabeça -dos outros- e flores, em inocentes azulejos.
Duas mulheres brasileiras: uma paulista, outra carioca. Uma do tempo das guerras. Outra do temppo do terrorismo.
Duas atenções voltadas para um mesmo Brasil, incessantemente metamorfótico, que recusa a limpeza e a ordem dos hospitalares azulejos brancos. Que os conspurca por transgressão e repto. Que se espreguiça, depois, ao sol causticante.
Ana Cristina: Muito bom o paralelo criado por você entre as duas artistas. Parabéns. Marcio
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